DEMOKRISIS

A CRISE DA DEMOCRACIA

Wednesday, February 08, 2006

Fátima vai a Fátima


Como não quero ser o leit motiv de uns tantos fogos postos a umas quantas bandeiras e outras tantas embaixadas por esse mundo fora, não vou pronunciar-me e muito menos gizar cartoons “blasfemos”. E como presumo que por estas paragens já ninguém será queimado vivo pela santíssima inquisição por se dar livre expressão ao pensamento, seja por palavras, actos ou omissões, vou reportar-me a uma notícia caseira que seria bastante corriqueira se não tresandasse a duplo milagre, a dupla alienação, à perigosa e milenar fusão alienatória entre política e crença.
Em minha opinião, milagres só a natureza os faz. E porque são da natureza, nem milagres se chamam, mas apenas fenómenos naturais. Ainda que raros. Ainda que envoltos em mistério, porque ainda não desvendados, ainda não estudados, ainda não compreendidos. Os outros, sejam os de Fátima sejam os de Felgueiras, porque autênticos milagres, não passam de autênticas alienações.
E continua a ser minha opinião que a causa dos milagres está na capacidade de se acreditar em intervenções sobrenaturais, na capacidade de alienação sentimental. Depois, tudo depende da predisposição para a aceitação do inaceitável.
Houve milagre em Felgueiras? Houve. Houve promessas em Felgueiras para se ir a Fátima, se, em Felgueiras, Fátima ganhasse? Parece que sim. Agora que Fátima ganhou em Felgueiras, há que cumprir a promessa, sob pena de caírem raios e coriscos divinos sobre Felgueiras.
Fátima Felgueiras não pode faltar, por isso vai. Vai do local do milagre à fonte do milagre, a enfeitar o molho de alienados. Poderia lá faltar, ela que personifica o milagre e condensa no próprio nome o local e a fonte! E lá vai! E lá vão todos à molhada e fé em Deus.
Norberto MacedoLembranças de Outono

Powered by Blogger

Subscribe to
Posts [Atom]